quarta-feira, 22 de junho de 2016

Contagiaste-me

Senti… Senti o teu olhar e o teu perfume e fiquei sem palavras e sem reacção… Costuma disser que isto se resume numa expressão, ou com uma frase que contem uma expressão: fiquei sem jeito… Simplesmente tiraste-me as palavras, parei de pensar e fiquei imóvel… Fechei os olhos! Ainda bem que ninguém reparou na forma como te fiquei a olhar, pois naquele momento o meu pensamento transportou-se para um local bem longínquo dali, ou se calhar até bem perto, onde apenas nós os dois pertencemos aos meus mais devassos, intensos e sinceros pensamentos. Contagiaste-me! Não sei bem ainda quem tu és, mas quero falar contigo… Podes não acreditar, mas sinto que existe algo que nos liga. Somos pensamentos, feitos de pensamentos, e seguimos na vida por esses mesmos pensamentos. Queres saber por onde fomos no meu pensamento? Se te permitires vir, eu conto tudo! Começando então, sem ninguém se aperceber fugimos entre todos aqueles que nos rodeavam naquele local e por fim estávamos num qualquer jardim desta cidade. Pode ser o que mais gostares, porque eu adoro-os a todos. Ainda não te disse, mas amo o Porto. Com o Rio Douro à nossa frente ficamos estáticos e a contemplar a vista. As luzes fracas e espaçadas dos candeeiros permitiram criar um ambiente cúmplice e construir um canto meio escondido onde dificilmente nos conseguiriam ver. O local era acolhedor e onde a pouca luz que te insidia permitiu-me ficar imóvel a deslumbrar-te. Os teus cabelos escuros e ondulados, o brilho dos teus olhos enquanto deslumbravas a bela paisagem, o teu sorriso aberto de felicidade por estarmos ali a sós e sossegados. Facilmente se formam perguntas na tua e na minha cabeça, mas sai-te apenas uma, até meia banal: “Linda, não é?”, à qual eu respondo “Quem? Tu? Sem dúvida!” Não disfarças, coras, sorris e baixas a cabeça de meia com vergonha. Suavemente com a meu dedo indicador levanto-te o queixo, de forma a fixarmos o olhar um no outro. Abrindo ligeiramente os lábios sustemos a respiração, olhamo-nos fixamente. É impossível resistir-te… Aproximo-me de ti e de imediato sinto um aroma que me hipnotiza. Como é possível? Conquistas-me as narinas e paras-me o raciocínio mais lógico. A suavidade da tua pele é tanta, que os meus dedos facilmente a percorrem… Pensamos os dois o mesmo: “tenho que te beijar”… Encosto os meus lábios aos teus e naquele momento sinto que devia de te ter beijado à mais tempo! Os nossos lábios alimentam-se na lentidão de um primeiro contacto e as nossas línguas cruzam-se com uma vontade de não mais se largarem! Coloco as minha mão nas tuas costas e ali sinto o toque da tua blusa. Desço até ao teu rabo firme, apertando-o com vigor. Libertas um leve gemido. Com a outra mão seguro na tua face com carinho e desejo, passando com o polegar nos teus lábios… Deixas o teu pescoço à minha mercê. Não te consigo largar, parar de te beijar e naquele momento só anseio sentir o relevo da tua lingerie. Desço a mão e os meus lábios até ao teu peito… “Não é pah?” Fico confuso… “Não é verdade o que estou a dizer?” “Onde estou?” Pergunto-me. Ups… Parece que fui interrompido pela pergunta de alguém e exatamente ali soube que estava a sonhar. Na despedida deste-me um beijo longo e suave na face, fixei o teu aroma no meu pensamento e naquele momento soube que tinha de te voltar a olhar…

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