quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Fico aqui a imaginar-te

Fico aqui a imaginar-te. Os teus olhos, a tua boca, a tua pele. Tens esse olhar a ferver de um desejo e um tesão que posso ver nos teus olhos... esse olhar que me atira contra uma parede e não me deixa dizer que não... esse olhar que me domina, que me prende, que me amarra... Adoro... cada parte do teu corpo, cada curva, mais ou menos apertada, mais ou menos perfeita. Fico a imaginar os teus olhos, a tua boca e a tua pele. O meu corpo estremece ao ver-te, ao ouvir a tua voz. Imagino as tuas mãos e as minhas a percorrem os nossos corpos, palmilhando tudo aquilo que não está a vista dos nossos olhos. Imagino a tua boca na minha, os meus olhos nos teus, em momentos de auge. Seremos apenas um quando os nossos corpos se encaixarem. Seremos apenas um quando as nossas bocas se encontrarem e não se formarem falas, mas apenas gestos. E gemidos… e apertos… Seremos apenas um, quando as nossas bocas se encaixarem, as curvas se moldarem e pernas se acharem. E nesse momento podemos de forma livre liberar a adrenalina, misturada com suor e prazer. Não precisamos de falas, apenas de gestos. Aqueles que falam por nós. Os meus olhos sussurram-te baixinho. E os teus ouvidos ouvem as falas que eles ferozes e arregalados te dizem. Esses olhos que querem observar todo o teu corpo. Que orientam as minhas mãos. Mãos que te fazem soltar gritos no escuro, sopros de desejo e a dança que nossos corpos fazem, são a prova que nos completamos. Cerramos os punhos, e os nossos olhos, observavam em frente os corpos um do outro. Cada um procura aquilo que mais gosta. As nossas peles, roçam-se e o chão não nos falta. Os teus lábios, deliciam-me. Vejo como respondem aos meus. A tua boca húmida de desejo. Mereces toda a dedicação. Todos os momentos de ternura e sofreguidão. Gritamos e dizemos palavras menos próprias. Toda a vizinhança percebe que nos adorámos. O teu corpo torna-se um labirinto, que a minha língua quer saborear. Delicio-te com a ponta da minha língua. Saboreio cada parte do teu corpo. Cada pormenor que me dê tesão. Que te satisfaça. O nosso sexo encontra-se. E em momentos de mera geometria de corpos, temos longos minutos de vibrações, arrepios, ondulações, posições, arranhões, apertões misturados de “fod***” “cara***” e “put** que pa**”. Tudo para que no fim nos deitámos ao lado do outro e entre olhares cúmplices digamos:
- “Repetimos?”.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Vamos ser só tu e eu

Vem, voa na minha imaginação mas não vás para longe. Fica! Fica no meu colo… Isso… Assim. Não, não fales, apenas sente a minha respiração. Escuta o meu silêncio, despe a minha timidez, cobre-me de coragem, e vem! Ou então chama-me que eu vou. Sou teu, entendes? É isso que quero dizer: Ainda te sinto. Aqui. Pelo teu cheiro. O teu perfume, seduz-me. A tua pele macia, faz-me querer tocá-la. Constantemente. Porque te vais já? Espera. Vou-te contar uma coisa. Passava aqui o dia todo a olhar-te. A tocar-te. A falar-te. Bastava dizeres. Diz-me como me queres e como queres. Pede. Basta pedires. Deita-te sobre a cama e amarra-me com os teus braços. Deixa-me descobrir as tuas fantasias e eu prometo realizá-las quando quiseres. Mostra-me os teus medos. Desvendo-te os meus. Quero sentir o teu coração a bater. Agarrar-te pelas ancas como quem agarra um volante, e acelera, pedal a fundo, até nos estamparmos juntos. Encaixar-te as pernas no meu corpo. Agarrar-te o rabo com vontade. Por-te a minha mão sobre a raiz dos teus cabelos longos. E descer. Quero que me ensines o caminho. O melhor deles. Quero percorrer-te os altos e baixos. Devagar. Agarra-te. Sente como me colocas. Sente. Beija-me e farei o mesmo, com todo o desejo na ponta de língua. Sussurra no meu ouvido quando involuntariamente eu arranhar as tuas costas. Diz que está a doer só para eu pedir desculpa e confessar que é impossível controlar-me. Dás-me tesão! Odeio não te ver. Não te sentir por perto e imaginar o nosso sexo. Tu a dizeres-me para te penetrar numa noite que se prolongada pela madrugada, contigo a dizer que queres sentir as minhas mãos a apertarem-te os seios, a lamber-te descendo pelo teu ventre, sem controlo. Até la chegar. E te fazer sentir e viver orgasmos. Um. Dois. Múltiplos. Descontrolados. Virar-te, enquanto te beijo as costas e te aperto contra mim. Iniciando um registo ritmado pelo suor dos nossos corpos, respirando-te ao ouvido. Fazendo-te dizer palavras menos próprias. Ou melhor. Palavras próprias que nunca são demais. Por isso, pergunto-te: Vamo-nos perder juntos neste mundo de mistérios e incertezas? Vem! Vem agora! Não demores! Vem antes que eu me perca no labirinto de uma incerta, no meio de frases com “ses”… Vem ser o meu segredo! Shhhh… ninguém precisa saber! Vamos ser só eu e tu e os nossos gemidos.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Vens?

Hoje não quero apenas gostar-te… não quero apenas desejar-te… apenas observar-te… pensar-te… sentir-te… hoje quero ter-te. Dar-te beijos, morder-te a pele, rasgar-te a roupa. Quero ouvir a sofreguidão dos nossos respirares ritmados. Quero ouvir-te. Quero ouvir-me. Quero viver-te, lamber-te o corpo, quero ser um maluco, num carro desgovernado, sem ponto de travagem. Quero enlouquecer-me no prazer que é ver-te gemer de desejo. Fazer-te perder no desejo, que é ver-me desejar-te. Quero dar-te todo o prazer. Todo aquele que nunca chegas-te a ter. Ou que chegas-te, mas desejas ter novamente. Hoje quero chegar e ver-te a olhar para mim. Enquanto eu te beijo o pescoço, enquanto te toco o corpo, enquanto te palmilho a pele em toques provocantes. Enquanto, me pedes que te mate a vontade.
Hoje quero arder de prazer, esquentar-te na paixão, em qualquer sitio em que possamos ter-nos. Na cama, no chão, ali, acolá. Em qualquer local onde nos sintamos cómodos, com o corpo um do outro. Com a boca um do outro. Com as mãos um do outro. Então seremos só tesão, aquela que nos faz selvagens, que nos faz perder o controlo, em que só reagimos por instintos. Que nos marca as costas com os nossos dedos, que me junta o teu corpo ao meu, que te despeitei-a o cabelo, que te borrata a maquiagem. Que te rasga a roupa, enquanto te junto contra mim e te faço sentir tudo de mim. Hoje quero devorar-te. Hoje quero que me uses. Que abuses. Hoje quero intensidade. Hoje quero orgasmos. Quero gritos de prazer. Quero parar e recomeçar. Quero que comece hoje e terminar amanhã.
Hoje… não quero somente fazer algo ocasional… Hoje quero perder-me em ti, que te percas em mim. Quero fazer-te suar. Gritar. Pedir por mais. Hoje quero que nos possamos perder e sentir… Numa f*** daquelas que nos tira o fôlego. Vens?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Mesmo sem saber, sempre te desejei...

Desde que chegaste o sol não vai embora. Os dias têm sido quentes. De azáfama. De muita, ou pouca, rotina. De trabalho, de descanso, de treinos, de folgas, de fins de semana. De tudo. E nesse tudo brilha o sol. E foi no dia em que chegaste, que esse sol, se tem mantido como rotina. E adoro essa rotina.
Sei que esse sol brilha, desde o momento em que te vi, sem saber que a minha vida ia mudar, sem querer mais do que sempre quis, quis-te mal te vi.
Foram pequenos rasgos de demência ou lucidez, em momentos solitários ou acompanhados, em esquinas, em cantos, em pedaços do pequeno mundo que me tem acompanhado, ultimamente.
Não sei o porquê nem como, mas sei que te quero, desde aquele momento e desde aquele local. Começou por um “olá prazer”. E até agora tem sido com todo o prazer que te tenho dito olás. E como prazer que te tenho conhecido. Urge em mim uma vontade de mais, um desejo de ti, um sabor de nós.
A cada precisar, a cada sentir, a cada sorriso, a cada olhar, a cada falar, a cada tocar, a cada um dos pontos de vista diferentes. Urge em mim, um vontade de te conhecer, de mais precisares, de mais sentires, de mais sorrisos, de mais olhares, de mais falares, de mais tocares. De mais.
É este gostar, de todos estes aspectos da vida, que me fazem andar em direcção ao desconhecido e que me prende sem correntes. Mesmo sem correntes, sinto-me acorrentado. És tu. Gigante, gigante este meu eu que luta para te conquistar aos poucos.
Escuta as palavras soltas, a raiva do peito, os dizeres do meu olhar;
Escuta.
São eles que te dizem algo, mesmo quando não te digo, são eles que te provam que nem com milhares de palavras eu te diria melhor;
São eles que te explicam o que não consigo.
Escuta, o sol ainda se mantêm e não quero que a chuva venha… Agora deixa que as vozes nos falem, que o mundo repare em nós, que o brilho ofusque quem não brilha por si, pois sem saber que te desejava, sempre te quis…

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Sorrisos

Pergunto-me a mim mesmo: O que penso quando escrevo…estas coisas? Pergunta básica esta! Sendo que todas as perguntas básicas, por serem tão básicas, tornam as respostas tão complexas. Tendemos constantemente a complicar as coisas, somos humanos, gostamos de coisas difíceis e desleixá-mo-nos com as coisas básicas. Por isso quando nos colocamos com questões básicas, tendemos a pensar como respondemos facilmente a elas. O que torna tudo muito complexo. Diria que a minha resposta andará mais ou menos neste complexo de palavras: quando escrevo, a minha vida inteira fica ali sentada no puff. Cruza as pernas, recosta-se, e olha-me. Fala-me das experiências vividas, dos sentimentos partilhados, das visões observadas e das emoções experimentadas. Fala comigo. Canta alto, em notas afinadas, nas pausas daquilo que me diz. Levanta-se e vem espreitar por cima do meu ombro para ler aquilo que escrevo. Pergunta-se se lhe minto. Quando escrevo, tento pensar no que devo e no que não devo escrever. Quem viveu a minha vida comigo. Os lugares onde a vivi. E tudo se mistura. Metade das minhas palavras é sobre ti. E a outra metade do que escrevo é sobre o espaço, que entre linhas, me mantém nesta imensa confusão de palavras. Hoje escrevo sobre o teu sorriso. O teu sorriso. Só porque será aquilo que mais adoro observar nas pessoas. O modo como me fazem sentir que nada mais importa. A maneira como nos esquecemos dos outros, como deixamos de ouvir o que dizem à nossa volta. O teu sorriso, ou a tua gargalhada, com um encolher de ombros, cria-me um frio delicioso na barriga. Esse sorriso contagiante com olhos doces e brilhantes de mulher, desprotegida e feliz, que acabou de descobrir algo importante que, sem notar, tem de partilhar. Adoro igualmente que me façam sorrir. O modo como me esqueço que a vida tem tantas coisas menos boas. A maneira como se esquece que o tempo passou, por nós, e que o sorriso foi aquilo que ficou. E é com esse sorriso, o teu, tímido, delicado e expressivo, que cativas o meu. E é com esses sorrisos, que tudo à volta, se torna complexo e tudo entre nós se torna tão simples...

sábado, 28 de novembro de 2015

Destinos cruzados


Nunca pensei em ficar assim, tonto, com aquele sorriso imenso e vago no seu rosto.
Quando os meus olhos, naquele mesmo instante momentâneo e efémero, se cruzaram com os teus e os teus com os meus, o som estridente da azáfama quotidiana calou-se. Entre nós, ficaram apenas o silêncio tímido dos nossos sorrisos, expressando todas as as palavras doces, ditas em silêncio, que partilhámos apenas com o tal primeiro olhar.
Foi exactamente assim e exactamente ali: quando os meus olhos caíram nos teus e os teus nos meus, tu ali e eu além, demos nesse preciso momento, o primeiro e o maior abraço de todos: aquele que é oferecido com silêncio do brilho dos nossos olhos; aquele que não necessita de avanços nem recuos de um ou de outro; aqueles que nos agarra um ao outro, sem querer, sem sequer nos tocar, aquele que não precisa sequer de braços, mas que apesar disso, se agarra a nós e nos aperta com tamanha força, que poucos se atrevem a separar.
Naquele momento que é, e foi, só nosso, onde nos deixámos ficar, demoradamente, o teu olhar veio ter com o meu em momentos seguintes e o meu “abraçou-se” ao teu, em uniões mais ou menos extensas, provocadas por pestanejar de olhos, sem sequer nos lembrarmos que de facto, para darmos mesmo um abraço, seria preciso que ambos se movessem no chão e se aproximassem um do outro, afastando-nos do passados que ambos vivemos.
Mas apesar desse tal passado, no meio desse primeiro olhar, um sorriso formou-se em ambos os lábios, tornando esse momento o primeiro de muitos…
E foi assim que percebemos que somos tão mais do que apenas corpos. Somos olhares, sorrisos, falares, somos memórias, somos vidas, formadas pelas nossas vivências. Percebemos então que somos homens e mulheres, e que nos milhares de homens e mulheres existentes, o destino nos cruzou, por um motivo ainda não muito aparente….

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Porque nos apaixonamos?

Diz-se que tudo começa pelo início… Ora não podia concordar mais! Tudo se inicia do nada, do nada físico e do nada emocional. Do nada em expectativas e em compromissos. Do nada, em lugar nenhum, em momento algum, de momentos únicos e singulares. De momentos em momentos, de nadas em nadas, de lugares em lugares… Dito isto pergunto-me: o que é que nos faz apaixonar por alguém? Mistério misterioso e sem uma resposta óbvia! Se fosse óbvia, estes tempos de paixão não seriam tão irracionais. Não é só porque ela é assim ou assado, não é só porque ela é bonita, não é só porque aparenta ter aquele pormenor que mais gostamos. Não é por ter aquele ou o outro atributo físico. Não é por saber falar, não é por já ter vivido mais ou menos intensamente a vida. Não basta ser inteligente, por mais que todos admirem isso. Tem de ter isso e algo mais… Diria que esse algo mais é o jeitinho de ser. Apaixona-mo –nos exactamente pelo jeito de ser próprio e da sua beleza. Não é porque ela ri-se mais ou menos alto, fala mais ou menos alto, não é por ela ter olhos azuis, verdes ou castanhos. É o jeito dela de dizer algo em voz alta como se fossemos nós a fazê-lo; é o jeito dela de mexer no cabelo, de forma lenta e sensual. É o jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa por fora das calças, ou o maneira como se produz em cada momento especial. É a sua elegância. Não importa a roupa que ela veste, vai-te parecer sempre perfeitamente belo. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de rir ou sorrir. Adoro sorrisos (foi só um aparte). É o jeito de tocar, de olhar… A sua beleza, torna-nos dependentes daquelas emoções físicas que o outro nos provoca. A voz dela provoca-nos, o olhar derrete-nos. O ar misterioso e por vezes enérgico, surpreende-nos. Entregamos-nos no querer desvendar cada mistério, no querer testar a calmaria daquele corpo. Sentimos o vício a despertar pelos diálogos mais ou menos constantes. Por exemplos das próprias vidas, que nos vão mantendo conectados no conhecimento mutuo. São os detalhes faciais, a maneira dos olhos brilhar, a maneira sensual como achamos que se move, e que nos faz perder a calma.
E no exacto momento em que esses corpos se encontrarem, gera-se uma sintonia, que fazem os seus corpos enlouquecerem, a tua mente derreter e o teu coração ter momentos de aceleração e desaceleração, intervalados por êxtases totais. Nestas alturas o respirar já não tem graça, queremos é mesmo perder o fôlego, provocada pela inspiração das acelerações e expiração das desacelerações. E nessa perca de fôlego, provocado pelos nossos corpos, faz-nos parecer a física mais sensata. Pensamos exactamente que quando está frio, sabemos onde nos esquentar. Quando estamos melancólicos, sabemos onde nos alegrar. Exactamente naquele abraço e naquele olhar. Quando nos sentimos sós, sabemos quem queremos para dialogar. Quando estamos enérgicos, sabemos exactamente quem desejamos para nos cansarmos. Quando nos encontramos, sabemos exactamente que nos queremos. Pensamos nessa altura que os nossos corpos são como um vulcão em erupção. E não importa há quanto tempo nos conhecemos, quando a sintonia é despertada e a vontade tende cada vez a aumentar mais. Nessa altura, não adianta tentar manter a calma, a atracão atrai, o desejo devora-nos e a entrega acontece… E é exactamente por isto, que nos apaixonamos! Digo eu…

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Demoras-te?

Estou aqui sentado. Não se ouve mais nada a não ser a palavra França e terrorismo… que noticias maçadoras! Algures mais um raide, algures mais uma explosão, algures mais um ataque. Caças, misseis, bombas, atentados… Estou farto de fazer zapping, mas nada de jeito me entusiasma! Falasse sobre Portugal também. Algures, num qualquer canal destes “milhentos” que a tv diz que tenho! Diz-se que o Cavaco, está na Madeira a gozar umas férias… Ou será a fugir das suas responsabilidades?! Enfim… por fora destas paredes o mundo parece estar em constante turbilhão, em constante perda… Assim como eu! Ando perdido em pensamentos… Acabei de me permitir a perder-me num deles. Assim sendo a escolha foi perdi-me em ti… Uma, duas, três vezes. Ando como que uma bússola andante. Sul, Norte, Este e Oeste, os quatro num único sentido. Tu.
Tens um talento inato para despertar em mim todos os sentidos. Fazes-me ficar alerta para ti e para o teu corpo. Fazes-me colocar todos os sentidos alerta. Fazes com que venham para o aflorar da pele. Gosto de te sentir por perto. A tua presença acalma-me e coloca-me um sorriso no rosto. Gosto dos nossos diálogos.
Apeteces-me. Na demora de um diálogo parvo. Apeteces-me. Na demora do conforto. No silêncio de um beijo. "Apeteces-me"... Disse-te agora mesmo. Não ouviste? Ei-de ganhar coragem para o gritar.
"Por onde andas? O teu cheiro ficou!” Pergunto-te. O teu sorriso contagia-me. A tua simplicidade, derrete-me. “És isso tudo em tão pouco tempo?” Questiono-me assim do nada.
Respiro profundamente, a tua imagem que insiste em ficar invade-me a mente, olhos fechados e quase que te oiço… ”Estás sempre a rir!!” Quero-te aqui, agora… Desejo-te no descompensar do meu coração, na iminência de pulsar da veia que é irrigada por sangue… Quero beijar-te, tocar-te, como se fossemos um só. Por isso, vem… Vem em suspiros profundos, em batimentos lacerantes… Não aguento mais esta espera incessante, esta apaixonante demora! Porque tens o poder de me arrepiar quando me olhas, quando me sorris…
Com um simples roçar de pele. Com uma respiração mais próxima. Com uma troca de olhares.
Por isso, vem… Estou aqui, hirto, a imaginar-te, como se fossemos um só. Enrola-te em mim. Entrelaça o teu corpo no meu. Cai nos meus braços. Esquece o risco e aproveita a queda. Traz o abraço que eu levo o corpo. Traz o beijo que eu levo os lábios. Traz a urgência que eu devolvo a calma. Traz-te. Eu já cá estou. O meu desejo é fácil de adivinhar. Qualquer coisa entre o estares aqui ou eu estar aí. Entre um beijo meu ou um beijo teu. Entre um abraço em ti ou um abraço em mim. Entre o tu dares-me a mão ou eu agarrar-te a tua. Algures pelo meio de nós os dois. Aqui ou aí. Alteras-me como há muito não acontecia. Sinto-me alerta à tua passagem. E então demoras-te, a perceber que te desejo?...

domingo, 1 de novembro de 2015

Sorrisos surpreendentes

Olho para esta folha de word em branco. Abri sem querer. Não estava com a disponibilidade de escrever nada. Contudo ao vê-la assim, tão branca, tão desprovida de algo, iniciou-se em mim uma vontade absurda de lhe colocar umas palavras. Procuro no meu pensamento, por frases feitas. Não me ocorre nada. Será porque há um tempo para tudo? Exacto é isso! Há um tempo para tudo… Há pouco não me ocorri ter qualquer vontade de iniciar mais um texto. Mas agora sinto vontade de o fazer… Há um tempo para tudo...
Tempo. Palavra crucial perdida no meio daquelas outras, que compõe aquela bela frase. Tempo para tudo. Tempo de tudo. Tempo de nada. Tempo do meio termo, entre nada e tudo. Nada acontece por acaso. O tempo encarrega-se que aconteça. Há um tempo para lamber feridas, para ficarmos ali no nosso canto, mais ou menos escuro, mais ou menos claro e brilhante, não permitindo que ninguém se aproxime. Há um tempo para a revolta interior, para a baixa auto-estima, para nos sentimos mal connosco, para nos sentirmos desinteressantes. Tempo para entrar em guerra com toda a gente e connosco próprios. Todos temos tempos destes. E todos tempos do inverso. Só que para chegar ao inverso, passamos pelo tempo do meio termo entre o tudo e o nada. Tempo de acalmia. Um tempo que é só nosso e onde aprendemos a crescer. Sozinhos, ainda que no meio da sociedade. Em que a apatia e indiferença é quase confortável. Onde decisões são quase um corpo estranho, que temos tendência a tratar para tentar uma cura rápida. Esse tempo muda. E passa a tornar-nos normalmente bem mais fortes do que no dia anterior. Aprendemos com erros e começamos a olhar mais a volta. A não ter tantas expectativas e a deixar-nos levar por aquilo que o dia-a-dia nos dá. Há um tempo de leveza e de certezas. Há um tempo em que percebemos que já não somos o mesmo, ainda que sejamos os mesmos. Há um tempo em que temos a certeza que o passado é lá de trás e o futuro é novo e a estrear. Este tempo permite, que outros entrem dentro de nós para entender isto tudo. Esse tempo é normalmente caracterizado por uma palavra da qual adoro o significado físico e literário. Surpresa. Gosto de surpresas! Melhor...Adoro surpresas! Gosto da adrenalina que se revela à mínima tentativa da percepção da antecipação imediata do que aí vem. Do sabor e tacto das borboletas na barriga. Do choro e riso que às vezes aparece. Da excitação proporcionada pelo acontecimento físico de algo. De entrar numa sala e ver quem não imaginava encontrar. De abrir a porta e… me apareceres aqui. Por apareceste na minha vida. Sem pedires autorização. Sem pedires “se faz favor”. Andas por aí a vaguear e agora apareces aqui de para-quedas. Pronta a que te tente amparar a queda. Então eu digo-te “Enrola-te em mim. Entrelaça o teu corpo no meu. Cai nos meus braços. Esquece o risco e aproveita a queda. Traz o abraço que eu levo o corpo. Traz o beijo que eu levo os lábios. Traz a urgência que eu devolvo a calma. Traz-te, assim tal e qual como és. Eu já cá estou.”… Surpresas e sorrisos. Surpresa por ter escrito este texto. Sorriu por ter tido vontade de o escrever.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Pensamentos...

O som deste silêncio melancólico, compassa com o ruído que lá fora tende a perturbar os meus pensamentos. Ali na sala oiço o constante “martelar” de notícias sobre qualquer coisa como “Possível governo de esquerda”. Batalha-se pela palavra. Vozes assumem-se mais fortes que outras. Enfim…
Pela casa já se sente o cheiro de jantar, pronto a servir. Dia cansativo este. Sinto-me em pleno estado de relax. Tendo em pensamentos, mais ou menos banais, mais ou menos quotidianos. Penso nisto e naquilo. Esboço planos do que quero fazer para o dia de amanhã. Tenho de treinar. Aproximam-se dias importantes de provas. E puf… Tudo muda! Raio desta mente que tem tendência a virar pensamentos! Penso nestes dias. Nestes últimos. Tem sido de constante azáfama. Esta azáfama, que tende a querer ser quebrada por uns simples momentos contigo. Em pensamento. Penso nisto vê se gostas:
“Cabelo molhado, boca seca, olhos de gula e saudade.
Ao ritmo de som de palavra nenhuma, dizemos quero-te, desejo-te querendo tocar-te. Perde-mo-nos em beijos, rasgamos as roupas. Peço-te que esperes, vou buscar o vinho. Brindamos no momento ao momento, e ao futuro que a noite nos trás. Os teus beijos tornam-me embriagado pela intensidade dos teus lábios. O teu corpo, torna-me acelerado. Entra-mos num frenesim acelerado, ao belo registo de uma manhã em que tendes a acordar tarde para o trabalho. Nenhum de nós tem controlo. Percorro-te no teu corpo. O teu cabelo, fascina-me! O teu olhar profundo, hipnotiza-me. Belos olhos os teus. Intensos. Arredondados. Pele macia. Sedosa. Bem cuidada.
Vontade que não comando. Desejos que vivem em mim. Perco a noção do tempo, no descompensar da respiração. Horas passam a minutos. Abraços passam a marcas nas costas. Céu em inferno. As nossas palavras convertem-se em suspiros. Agudos. Prolongados. Suspiros que ecoam pelo corredor. Fazem eco pelo espaço. As velas que soltam o fumo e o vapor que nos sai do dos corpos, tornam a cena perfeita. Sinto o teu suor. As nossas mãos a entrelaçarem-se num aperto típico de desejo ardente. As tuas feições são lindas. Molda-mo-nos um ao outro. Os nossos corpos, movimentam-se num único balanço. Ritmado ao som de gemidos. De palavras menos próprias. De “olhares carnais”. O nosso desejo passou de esboço, para a cama com contornos de libido inflamado. As nossas trocas de olhares cúmplices. Êxtase total. Orgasmo múltiplo. Posições banais, convertidas, invertidas. Tudo vale. Jogos de prazer. São dois corpos. E ambos se sentem em prazer ao lado um do outro…” Apenas um desejo. Desejo mútuo do primeiro beijo. Questiono-me se um dia algum de nós tenderá a tomar a decisão de o dar. Entretanto o contador para que isso aconteça, parece-me que cai a cada dia. A cada semana. Pareces-me um anjo caído, vindo do fogo que me tende a atormentar…
É hora de jantar tenho de ir.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

E entretanto ocorrem surpresas...

A vida é feita de entretantos. Dos mais básicos, aos meus complexos. Mais ou menos longos. Alguns duram um passo, quando viras no cruzamento mais próximo da vida. Outros demoram uma caminhada ou uma maratona, quando permaneces neles. Contando todos os passos que dás para a percorrer.
Neste momento, estou no entretanto a escrever este texto. No entretanto imediatamente anterior a este, deu-me para pensar em escrever algo. Neste entretanto, neste mesmo, apetece-me escrever sobre a surpresa, que entretanto senti. Ou sinto. Ou entretanto, sentirei. Portanto, surpresa. E no entretanto? Ora diria que sinto surpresa. Não sei como começar este texto. Normalmente isto não me acontece. Bem, o mais fácil é entretanto, pausar para pensar. Voltei. Diz-se que tudo começa pelo início. E se eu aqui dissesse que neste caso, tudo começa pelo meio? Isso mesmo. Não digo pelo fim, porque isso seria parvo, aos meus olhos, aos teus olhos, aos olhos de todos. Mas sim, entretanto pensei e é isso mesmo. Começa pelo meio. Ou devia trocar o tempo verbal? Será começa ou começou? Nem sei. Ou melhor, ainda não sei. Mas espero descobrir. Começando…
Andava assim, à procura de sorrisos e escondendo as tristezas. Sorria. Amuava. Tropeçava. Em tudo. Batia contra paredes enormes. Magoava-me. Dava tudo. E recebia muito pouco. Andava assim, tentava ocupar o tempo e a mente. Não estava fácil. Trocava as voltas aos dias e o sentido às noites. E tudo mudou.
Cada vez mais acho que as surpresas vêm de onde menos se espera. Naqueles entretantos que falei em cima. Vem de um sítio tranquilo e estável, não vem de uma viragem súbita no próximo cruzamento, nem de uma correria pelas caminhadas e maratonas, que como começam, mais à frente acabam. Estou farto disso. Esta veio de um sítio que nos parece meigo e calmo. Que nos parece cheio de carinho e nos pergunta como estamos. Vem de um sítio em que nos sentimos bem. Sem darmos por isso. Cresce, transforma-se e molda-se sem nos apercebermos. Nos entretantos, estás a ver? Vem da pessoa que já ali estava, ou melhor neste caso, vem da pessoa que ainda não estava, mas que agora começa de forma súbita a estar. Vem do sorriso, que é transmitido pela troca longa de olhares atentos. Vem de diálogos mais ou menos monótonos. Mais ou menos interessantes. Mais ou menos longos. Vem de piadas e risos. E sorrisos. Vem das diferenças que se aproximam. Vem das semelhanças que se fundem. Vem de vivências conjuntas. De toques. Inocentes. Fugazes. Mas que nos permitem sentir. Sentirmos a presença um do outro. A respiração um do outro. O corpo um do outro. Dizem que uma das melhores coisas da vida, é daquilo mesmo que de falo aqui. Surpresas. As pessoas tornam-se surpreendentes. Do nada, acontecem entretantos. Que nos levam a moldar opiniões. Há pessoas que não sabemos porque as queremos por perto. Não sabemos o que vemos nelas. Sabemos só a maneira como nos transportam para lugares que mais ninguém consegue. Ah! Estas nossas vidas! São tão cheias de surpresas. Concordas. De certeza! Hoje tenho a certeza que quase sempre estamos com os olhos fechados e deixamos sempre de ver a vida como ela é. Linda e natural. E foi assim despreocupadamente que a surpresa se revelou. Ali mesmo ao virar do cruzamento, que nos leva numa caminhada, estavas tu. Sim tu. Não sei se a vida nos iria unir de alguma forma, qual a ligação que se vai solidificar entre nós. Para já está nisto. Mas acredito que ela nos tenha antecipado esse momento. Porquê? Olha ainda não te sei responder, mas quero aprender e apreender o máximo ao máximo, para que te possa dar uma verdadeira resposta. Dizer-te: “A vida uniu-nos precisamente para isto”. Contudo, sinto algo. Algo que pode até ser parvo. Ser impensável. É as vezes temos pensamentos impensáveis. Que nos fazem sentir, coisas impossíveis. Mas sinto que há uma contagem decrescente para o nosso beijo. Quanto mais vais durar? Não sei. Não sei em quanto vai ainda, mas está a decorrer…

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Alguém

Desde o primeiro olhar, me perguntei porquê. Não sabia explicar. Nem mesmo agora as explicações tendem a ser explícitas. Anda tudo tão vago. Tornaste-te diferente aos meus olhos. Ali parecias-me tão desinteressante. Aqui pareces-me tão cativante. Ali não me interessaria. Aqui ardo por dentro quando me ligas. Confuso. Dou comigo a andar as voltas com a minha cabeça, a pensar o que de interessante vi em ti… Foi então que tive a explicação. Surpresa. Surpreendeste-me. A tua diferença surpreendeu-me e cativou-me. Tantas vezes falo de como é bom haver surpresas na vida. Diria que tu foste uma das mais agradáveis que já tive. A vida é feita disto mesmo. Surpresas. Nada é deixado ao acaso. Elas vêm quando menos se espera. Estão ali “mortinhas”, para nos passarem uma rasteira. “Não me viste? Estava mesmo aqui”… Adoro que elas aconteçam em determinadas alturas. Aquelas em que menos esperamos sabes? Nós nascemos, crescemos, começa a criar as nossas raízes, vivemos, apanhamos com tudo aquilo que o viver da vida nos proporciona. Criamos novas histórias, novos laços, amigos e momentos, perdemo-nos no tempo, nas horas, nas ruas, nos afazeres diários, nos erros, por vezes caímos e choramos. E continuamos. O caminho levou-me a apreciar a tua surpreendente diferença. Não, não esperava que isto acontecesse. Não estava a espera de gostar do teu primeiro “olá”, dos teus olhos brilhantes, da tua pele macia, da tua voz desconcertante, do teu riso eufórico. Apenas te quis conhecer por diversão, por me fazeres rir, por me sentir solto contigo. Podia ser eu próprio contigo. Sempre o fui e sempre serei. Mas à medida que fomos falando eu queria mais que isso, mais do que apenas diversão, rir-me ou dizer disparates. Queria ficar, e nada mais me importava do que estar ali a ouvir-te. Comecei a ver-te com outros olhos. É tão parvo. Como é possível estar a gostar de conhecer alguém que aos meus olhos é tão diferente de mim? Não sei mas esta diferença cativa-me. Tudo em ti cativa-me. Encantas qualquer um com esse teu sorriso. Impões a tua presença quando chegas. Poderosa. Exuberante. Sem meias maneiras. Menina que a vida muito cedo ensinou a ser mulher. És tudo aquilo a que não estou habituado a lidar. Totalmente decidida. Choras por dentro. Berras por fora. Essa tua capa deixa-me desconcertado muitas vezes. Não sei com o que contar da tua parte. A tua forma de ser encostou-me contra uma parede. Quis batalhar para deixar que ela me tocasse, mas não consigo. Aos poucos vou-me moldando ao teu jeito. Vou-me sentindo disponível para ser educado por ti. Para me ensinares. Não, não me arrependo de nada do que fiz até agora contigo. Fui feliz. Acho que contigo tenho vindo a conseguir esquecer a minha rotina diária. Tens-me feito sentir vivo. Precisava disto. De me sentir vivo. Dás-me pica e adrenalina para saltar do caminho já trilhado. Não, não quero ir atrás de ninguém. Porque existe sempre um "alguém" que aparece sem se dar conta. Na mais ousada surpresa da vida. E, no meio dos dias cheios de rotinas pré-estabelecidas e de gente que nos absorve, por vezes, nem damos conta que "alguém" ali está. Contudo, apercebi-me que “alguém” estava a querer aparecer. È por este “alguém” que se sente-se a falta, reclama-se, ri-se, manda-se acordar e dormir que já é tarde, diz-se que se vai ao supermercado, que se vai ali e acolá. É por esse “alguém”, que se faz de tudo. Contam-se as piadas mais sem graça e têm-se as conversas menos interessantes, pois nem sempre há algo importante a contar. É bom ter um "alguém".
Coisas dos dias de hoje. A vida é feita de alguns “alguéns”, até hoje tive muito poucos e tu certamente começas a ser um deles.

Apeteces-me

O meu desejo é fácil de adivinhar. Algo entre o estares aqui ou eu estar aí. Entre um beijo meu ou um beijo teu. Entre um abraço em ti ou um abraço em mim. Entre o tu dares-me a mão ou eu agarrar a tua. Palma com palma. Dedo com dedo. Ou então sem palmas e dedos e apenas e tua companhia ao meu lado. Algures pelo meio de nós os dois. Aqui ou aí. Leva-me. Deixa-me experimentar-te. Deixa-me viver-te. Olhar-te e tocar-te. Deixa-me provar-te que mereço. Que te deixarei livre. Ninguém é de ninguém. Deixa-me tocar-te. Tocar esses lábios com um beijo, tocar-te com as minhas mãos. Desejos. Toques. Sussurros. Gemidos de prazer. Toques que nos deixam alterados. Risos. Horas a falar. Diferenças. Semelhanças. Dissabores. Alegrias. Contactos. Ausencias. Saudades. Olhares. Sorrisos. Passeares. Noites, Dias. Copos, Danças. Experiencias. Leva-me só. Surpreende-me. Leva-me onde nunca fomos. Apetece-me viver-te. De surpresa. Leva-me a sorrir contigo. Contar estrelas.. Vamos cheirar o mar à noite. Oferece-me "aquela" música. Oferece-me um segundo primeiro beijo. Leva-me. Veste-me o teu abraço e vamos apenas. Leva-me. Nem precisas de dizer nada. Agarra em mim e pronto, deixa-mo-nos ir.. Sentar-me numa esplanada a ver um mar revolto de Inverno. Deitar-me na areia, numa noite de Verão, debaixo de um tapete de estrelas, a contar cada uma delas. Ter-te ao meu lado. Sempre. Adormecer contigo e acordar com o teu pequeno almoço. Um sofá, um filme, pipocas e o teu ombro, numa tarde de chuva. Uma conversa sem fim, onde as horas se perdem. Um jantar para dois. Um pôr do sol contigo. Os primeiros raios de sol a dois, porque não se dá pelo tempo passar. O meu sítio preferido? Contigo. Muito perto. Fique isso onde ficar… Apeteces-me!

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Saudades

Saudades. Hoje falo-te sobre este sentimento, que tem um misto de sensação positiva e negativa. Saudade… Foi pesquisar um pouco pela palavra. Vou-te citar um pedaço da minha pesquisa: “… Saudade descreve a mistura dos sentimentos de perda, falta, distancia e amor…”.
Bem me queria parecer que esta palavra despertava um misto de sensações. Tinha quase a certeza. A frase que te citei, esclareceu-mas. Portanto hoje apetece-me falar sobre esta minha certeza. Sobre certeza da palavra saudade.
Começo talvez por te escrever o que penso sobre a palavra. Para mim saudade é como água passada que se acumula nos nossos corações, inundando os nossos pensamentos, de recordações. Mais ou menos intensas. Mais ou menos vividas. Outras que gostaríamos de ter vivido mais. Outras menos. Normalmente dir-te-ia que seria daquelas que gostaria de ter vivido mais, mas não estamos aqui para falar do que “digo”, mas sim do que “penso”. Saudade é falta. Saudade é estar só e ao mesmo tempo rodeado de uma presente ausência, de pensamentos recorrentes, de desejos infindáveis. Saudade é adormecer sentindo, é sonhar recordando, é acordar desejando. Saudade não tem cor, mas pode ser cinza quando não há luz ou iluminada ao primeiro raio de sol. Saudade não tem cheiro, mas se me perguntassem como o imagino, diria que se parece com o teu. O teu cheiro. Saudade é olhar para o relógio e contar o tempo, pará-lo por vezes, é acreditar que ele está mais lento, na tua presença. É ter a sensação de que todo o aperto acabará em alguns minutos, dentro de um abraço. Num instante apenas, na união de dois lábios. Saudade é desorientação, é não saber e tentar imaginar onde está quem queremos. Saudade é música que aperta o peito, riso que desperta o choro. As saudades, transbordam dos nossos olhos, em forma de gotículas de lembranças, desejando que estas, acabem na realidade dos nossos lábios. Hoje foi mais um dia e, mais uma vez, dou comigo, separado de ti, para escrever sobre o dia que se passou, mas só me acorre que a coisa principal que aconteceu foi ter saudades de ti. Outra vez. Saudades dessas horas que passamos. Tenho saudades de ti quando acordo, antes de perceber que não estás ali ao meu lado. Tenho saudades do teu sorriso, e do jeitinho envergonhado como o fazes. As horas contigo são os bocadinhos que os nossos tempos nos permitem. Que tu nos permites. Que eu nos permito. Que nós nos permitimos. Sairia a correr, se soubesse que essas permissões tinham sido aumentadas. Correria, quando me bastaria caminhar. Caminhava quando me bastaria correr. Saltava quando me bastaria caminhar. Andava… Quando me bastaria apenas o teu sorriso e o teu olhar… Saudades!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nada para o tempo

Nada para o tempo… Tudo é ditado pelo tic-tac dos ponteiros, num looping constante das horas a passar nos diversos relógios da tua vida. O tempo é efémero! Muitas vezes já certamente te deparas-te, com múltiplas situações em que querias pará-lo, fazê-lo andar para trás, outras em que davas tudo para empurrar os ponteiros dos minutos ou das horas, melhor ainda. Parar o dos segundos. Tudo por vezes acontece em segundos…

O tempo torna tudo num leve destino. Sim leve, como os segundos, estás a ver? Não gosto de coisas demasiado pesadas, tona-as complexas não achas? Gosto mais de tudo levemente ditado. Tornando esse tal destino, num leve encadear de simples momentos. O encadeamento que nos leva aos locais certos e as pessoas certas. É por este encadeamento de simples momentos, proporcionados pelo tempo e que nos levam as locais certos e as pessoas, que muitas vezes decidimos recomeçar. Tudo de novo. Deitamos fora o que não valeu a pena. Removemos tudo que não foi bom. E com o que sobrou reconstruímos. Abrimos brechas. Abrimos sorrisos.

Deixámos que pessoas novas entrem no “nosso mundo”. Deixamos que o encadeamento de simples momentos, nos selecionem as pessoas certas. Os locais certos. Até que por fim, depois de todos esses encadeamentos, ficas apenas com a pessoa certa. No local certo.

Precisamos muitas vezes de recomeçar. De construir novas paredes, em lugares onde os erros plantaram buracos. São essas paredes, que de uma forma simples (adoro o significado desta palavra, pela forma como ela transmite naturalidade), permitem que, só quem tenha a coragem de as escalar, entre na nossa vida. Num dia. Num momento. Não apenas para deixar rastro, mas para marcar num registo de relação interpessoal (numa qualquer forma que esta possa seguir). A sua presença.

Foi esta presença, que decidiste marcar. Tanto andas-te por cá, que agora permaneces. Quase de forma impercetível (pois não te deves ter dado conta mesmo) escalas-te aquela parede que vinha formando. À medida que ia colocando um bloco, tu parecias que subias dois. Nem te deste conta pois não? Claro que não. Nem hoje mesmo, suponho que te dês conta, que por aqui andas. Não fisicamente. Não por palavras. Não por risos. Mas por pensamentos. Esses mesmos que me ecoam, num qualquer instante aleatório do dia.

Estás aí, continuas igual. Bonita, olho arregalado, elegante, mulher decidida, despreocupada, amiga, meiga. Continuas igual. Desde aquele momento em que nos conhecemos. Aleatoriamente escolhidos. Num acaso, cruzamos as nossas vidas. Naquele mesmo espaço e rodeados por essas mesmas pessoas, lembras-te? Nada acontece por acontecer. E talvez sem querer, ao apareceres percebi que estaria pronto. Pronto para te deixar subir a parede que fui construindo. Por isso hoje chamo-te em silêncio, tentando perceber se ele se torna ensurdecedor ao teu ouvido. Hoje chamo-te aqui no meu pensamento, tentando perceber se ao mesmo tempo o ouves no teu. Se aí estou. Mesmo que esporadicamente. Mesmo que por um segundo. Um minuto. Um dia…

Nessas alturas gostava de aí estar, mas nada para o tempo…

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Hoje desvendo em mim o teu corpo

Hoje desvendo em mim o teu corpo, que sei repleto de múltiplas viagens. Roteiros secretos. Passagens mais ou menos sinuosas. Declives mais ou menos intensos. Descobertas. Curvas de toque. Vales. Escarpas. Montanhas. Nele, tudo eu descobria lentamente. Em tudo eu exploro, percebo, assinalo, guardo. Guardo fechando os olhos, perdendo-me nessa longa travessia, sem destino, sem rotas específicas, sem paragens. Ou melhor, com paragens mas apenas as necessárias. Assinalo, com o tato das minhas suaves mãos. Percebo, com a visão que deslumbra, tamanho segredo. Exploro, com o sabor que o teu corpo que transmite. E é aos poucos que o percorro. É aos pedaços, guiado por algo que já não é o instinto...

Ah... Quantas rotas e destinos o teu corpo me permite... Quantas abstrações, quantos delírios. E arrepios que me habitam na tua ausência. E palavras que ecoam, sem filtro, por esses vales anunciando um qualquer instante de prazer. E o desejo passa do mais complexo ao mais simples. Começa por fundir-me na tua pele macia e delicada, para me guiar, numa longa viagem de desejos e sussurros intensos, de gemidos, de agarrares fortes, a fim de nos complementar, em apenas um. Deixando-nos inundar pela presença do outro. Pelo ritmo do outro. Pela compreensão do outro. Pela magia de vibração mútua.

Ah... O teu corpo, imerso num percurso sem limites, sem obstáculos... Quero sabê-lo todo, com as minhas mãos, num silêncio que é nosso, perdidas num leve toque de desejo, de prazer. Quero senti-lo vivo com as palmas das minhas mãos. Quero tocá-lo com os meus beijos. Lentamente e ritmadamente. Quero tê-lo em mim. Só para mim. Enlouqueces-me o coração... Fico com saudades. Tantas que em ti, de mim eu sinto. E é assim que existo: entregue à paixão de ser o teu destino. Por isso, surpreende-me. Conquista-me ou reconquista-me a cada dia, minuto ou segundo. Deixo ao teu critério. Tu decides.

Eu continuo aqui a desejar-te, por estados, por estágios, por momentos, por risos, por olhares… Por palavras!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Porquê que apareces-te?

Dir-te-ia que não esperava que aparecesses. Não nesta altura, não neste momento, não neste estado físico. Não esperava que ninguém aparecesse. Mas… Apareces-te. Vieste e desde logo uma parte de ti ficou. Não sei se muita ou pouca, mas pelo menos uma parte de ti, pousou no meu pensamento. Chegas-te tal qual, com esse teu sorriso doce, com esse jeitinho meigo. Chegas-te e tentas-te colocar logo aquela pressão. Não paras-te! Continuas-te. Com “urgência” nos fomos conhecendo. Puxaste-me para ti. Envolveste-me quotidianamente e controladamente na tua vida. Falamos e falamos. Andamos e andamos. Rimos. Gargalhamos. Olhamos. E tudo com a simplicidade de um conhecimento ingénuo. Nada era ou estava a ser programado, nada nos diria que nos parecíamos em muito e nos afastávamos em quase nada. Podíamos fazer de conta que nada se passava, seria até o mais simples. O mais básico. O mais consensual. Contudo, falo por mim, não gosto de coisas demasiadamente simples, ou básicas ou consensuais. Gosto do rebuliço, da agitação, do que se torna pouco simples, gosto de estar sempre a lutar por algo, por alguém. Assim consigo sentir a urgência, de te conhecer, de te falar, de te olhar, de te ver. Dos minutos a passar e das palavras ditas de maneira fluida e cúmplice. Muitas vezes sem a necessidade de verbalizar, de recorrer a recursos estilísticos, a reticências e a pontos de exclamação. Podíamos fazer de conta que o dia era só nosso — ontem, hoje e amanhã, e mantermo-nos assim, tal qual, não achas? Adoro os nossos momentos. O não te ver, é como ir passando os dias. É encobrir saudades numa vida quotidiana de trabalho e de efémeros momentos de felicidade. É esquecer-me de mim e lembrar-me de ti. É a dúvida de como te sentes. De como estás. Do que queres. Do que pensas. Do que és. O não te ver, é o não estar em mim.

Confesso sinto falta de ti, não te sei quantificar mas sinto. Assim como eu te conheço. Sem artifícios ou melhoramentos. Podes vir da mesma forma, como da primeira vez. Podes vir assim, tal qual como estás. Se aqui estivesses apetecia-me um olhar calado: um olhar que diz mil palavras, tornando o silêncio ensurdecedor. Se aqui estivesses queria o abraço: aquele abraço em que o corpo do outro passa a fazer parte do nosso. Se aqui estivesses queria as conversas de fim de dia. Queria o sorriso de todos os dias. Queria tudo isto. E mais um pouco. Questiono-me então: porquê que apareces-te? Assim, sem bater a porta? Sem dizer “posso entrar?”… Só me assalta uma resposta: para me fazer sorrir…

terça-feira, 16 de junho de 2015

Não sou deste tempo

Há alturas em que não me sinto deste mundo. Há alturas em que não me sinto deste tempo. Onde tudo me parece tão complexo. Porque que temos sempre, ou quase sempre, a tendência em complicar o que a vida tornou simples de decifrar, de viver, de medir, de percepcionar…
Tudo parece descartável e fácil. Parece que ninguém, ou quase ninguém, se nega a um simples momento, mas e de forma a tornar tudo descartável, já vai com os todos os anticorpos em modo de alerta máximo. Parece que não pertenço a este mundo, onde se coloca na reciclagem aquilo com o qual não nos apetece lidar. Onde tudo ali, bem arrumado, referira-se reciclagem, se torna bem mais simples de viver, do que descontrolado numa autêntica desarrumação típica de um “ambiente de trabalho”. Gosto mais desse tal “ambiente de trabalho”, onde temos a hipótese de baralhar e dar, de desarrumar mais um pouquinho, de ajustar em altura tudo o que a nossa parte emocional nos diz para ajustar. Gosto de coisas pouco monótonas, demasiado arrumadas. Sou assim, vivo muito, intensamente. Não sou deste tempo, onde se encontra com facilidade uma outra opção disponível e menos trabalhosa e se acomoda a ela.
Não sou deste tempo onde se acha que se ama, e à mínima palavra mal dita, mal interpretada, se dá um passo atrás e se decide ir em busca de algo que não desarrume demasiado a nossa reciclagem. Não sou deste tempo, onde tudo, ou quase tudo, é dito por meias palavras, onde se oferece apenas um meio abraço, um meio olhar, um meio carinho. Não sou deste tempo, onde tudo é levado em lume brando, não dando tempo sequer para perceber o que poderia, ou até não, resultar daquela simples e genuína abordagem. Aquela abordagem desconcertada e vivida pela experimentação das emoções e sentimentos vividos, instantaneamente.
Não sou deste tempo, onde tudo parece demasiado controlado pela razão, que até por nos é desconhecida, só porque não queremos desarrumar demasiado aquela espaço, físico ou emocional, que tão pouco trabalho deu a colocar na “reciclagem”. Não sou deste tempo, onde apenas mostro metade de mim, guardando o resto para caso de algo correr mal, a ressaca não seja vivida no limite. Sou assim, mostro-me tal qual, sem filtros, sem receios. Sou transparente. Não sei mostrar apenas uma superfície de mim. Não sei, passar despercebido quando gosto. Não consigo passar apenas ao de leve quando gosto. Gosto que me sintam, que me saibam sentir. Não sei ser apenas uma parte. Não sei gostar com facilidade, não me apaixono assim, pelo estalar de dedos, ou por magia. Contudo, quando gosto, quando estou apaixonado, sou intenso, demonstrativo e meigo. Gosto de gostar de alguém, de sentir o sentimento, de o experimentar, de o demonstrar. Não por necessidade, mas sim porque adoro viver, adoro estar apaixonado, tudo se torna tão simples e belo. Haverá sentimento mais intenso, do que o sentimento interpessoal? Penso que não…
Por isso não me sinto deste tempo, onde tudo e descartável. Não sou deste tempo, nem quero ser ensinado a ser…

Ainda sem nome

Pois exato, será isso? Não sei bem como começar… Ora, espera, acho que já sei! É isso mesmo, é mesmo nessa altura, quando sentimos “um frio na barriga”, “um arrepio na coluna”, uma vontade “louca” (sim chamo-lhe “louca” pois são os “loucos” que vivem com mais intensidade e de forma natural), aquele momento em que queres dizer duas coisas e ficas a pensar que nem uma disseste, parece que te falta o ar, que o coração está descompassado... A paixão é assim... mexe com o nosso corpo, ficamos a pensar, na monotonia do dia ou na adrenalina positiva do mesmo, constantemente naquele pessoa. O quanto a presença, ou a sua ausência, nos molda os sentimentos. De um estado de sinergia positiva, onde tudo parece tão simples e belo, até aquele estado de saudades, que aperta… Estás a ver? Quando desejas, com aquele “friozinho na barriga”, que a pessoa te diga, bom dia, olá, te responda à mais estupida das mensagens… Te faça rir, sim apenas rir, ou sorrir! Tantas vezes digo que sorrir, é tão mais belo que rir, não achas? E aquela troca de olhares? Aquela que te transporta e te faz viajar para o paraíso, onde nada mais faz sentido a não ser tu e ela. Esse paraíso que pode bem ser isto: contemplar, um belo nascer do sol, ou um magnífico e contagiante pôr-de-sol. Caminhar por ali, ao sabor do compasso pausado dos nossos pés, ritmados por mil e umas palavas de conversas sem fim, de assuntos banais, ou de interesses em comum, do simples dia-a-dia, ou do complexo modo de vida… E de gargalhadas, e de correrias, e de salpicos de água, junto ao mar, e de abraços sentidos e de sorrisos espontâneos.
Adoro sorrir, como uma criança ao ver o palhaço mais engraçado. Por isso não me dês apenas palavras, ou abraços, ou beijos, ou olhares… Dá-me sorrisos! O sorriso que me ofereceres, prometo que to devolvo. Dás-me vontade para sorrir? Sim? Para ter aquele sorriso estúpido na cara, aquele que te faz rir no olhar, sem que tenhas de fazer por isso! Pronto, posso ser um bocadinho exigente? Estava a brincar, não quero só sorrisos, dá-me olhares também. Dá-me vontade de te olhar, de te observar, de te contemplar, de te dizer que és perfeita aos meus olhos. Penso que as mais lindas palavras muitas vezes são ditas no silêncio de um olhar não achas? Por isso peço-te, dá-me vontade de te querer olhar. Prometo dizer-te com os meus olhos, as mais linda palavras que eles que queriam dizer. Essas palavras… Palavras não é? Já estão aqui tantas… Até agora o que sentes com elas? Fazem-te pensar em algo? A mim fazem-me pensar num abraço. Tão aperto quanto intenso. Tão caloroso como meigo. Tão quente quanto desejado. Tão apertado quando possível. Tão apaixonado quanto o momento. É nestas alturas que penso ser tão difícil falar e dizer coisas. É tudo tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar e imaginar. Olhei fixamente por instantes. Para ali… Quase que aparecias à minha frente. Tão linda! Tais momentos são o meu segredo. Nesse momento não te pedia mais nada, apenas um abraço… Se pudesse ser exigente, pedia-te muito mais...

Os sentimentos

Os sentimentos, por muito que o neguemos, são quem nos guiam. São eles que ditam as nossas atitudes, ações e reações, são quem nos molda os nossos quereres e não quereres. As nossas birras e amuos. As pequenas viragens ou as grandes curvas que decidimos fazer aquilo que chamamos vida. São eles que nos fazem percecionar os nossos brilhares de olhos indissimuláveis e por vezes, ou então quase sempre (depende não sei), são eles que nos fazem pensar em certas pessoas, essas pessoas que nos remexem esses tais sentimentos, esses que toda a gente fala sabes? Esses que dizem ser sobre duas pessoas, abstratas e escolhidas ao acaso (ou talvez não), essas que por vezes pensam mutuamente uma na outra (ou talvez apenas uma pensa na outra em alturas diferentes) por isso às vezes pergunto-me: estaremos a pensar um no outro ao mesmo tempo? Se quando mais me recordo de ti, tu te estarás a lembrar de mim. Se quando sinto saudades, desse lado também as sentes. Se quando me assaltas ao pensamento, eu estarei a vaguear pela tua mente. Se quando fecho os olhos e te vejo, tu me consegues olhar. Se quando te pressinto, tu me sentes, te arrepias, te desorientas, me anceias… Pergunto-me: alguma vez pensamos um no outro ao mesmo tempo? Apaixonarmo-nos é relativamente fácil: um sorriso; uma química; uma conversa que nos faz pensar tomar aquele caminho, aquele que desorienta, que desencaminha… um toque que se sente diferente; um sorriso que nos agrada. Apaixonarmo-nos pode acontecer quando menos se espera. Alguém pode fazer-nos acordar de um momento solitário em que te mantinhas. Querer ir a correr só porque sim, mesmo que pareça não fazer sentido. Colocar-nos, até, aquele sorriso parvo nos lábios. Apaixonarmo-nos é fácil. Difícil é permanecer longamente apaixonado. Pela mesma pessoa! Juntar a urgência da paixão à calma do amor. A urgência de um beijo, de um colar de corpos, de um momento onde a racionalidade se esbate e se colocam em ação todos os teus maiores desejos… e ao mesmo tempo sentir e olhar o outro. Sim esse mesmo que contínua ao teu lado! Olhá-la e senti-la como a sentias na primeira vez, acarinhá-la como só tu o sabes fazer, com o leve toque de um beijo na sua face, com a mais ténue e o mais delicado toque na sua pele, ouvi-la e escutá-la, como se de um ensinamento para a vida se trata-se. Continuar a que apeteçam os disparates do dia, mesmo quando a rotina se instala. Que só um toque nos arrepie como no primeiro momento. Quando se anseia um beijo, mesmo já sabendo o seu sabor. A paixão é fácil. O amor nem sempre. Sabes porquê? Porque ninguém ama sozinho.

Aqui sentado... Sorrio

Aqui sentado… e logo me “assalta” à cabeça. O quê? Não te digo… Mas digo-te que está a ser assim. Assim? Perguntas tu. Assim mesmo, digo-te eu, espera um bocadinho já vais perceber! Assim. Tal e qual como vejo no meu pensamento. Nada tiraria, e muito acrescentaria. Olha apetece-me falar e escrever, sobre isto. Já sabes do que vou falar? Sim é sobre o meu pensamento. Sobre a forma como ele me faz sorrir, como me faz estranhamente sorrir. E eu gosto, desta estranheza! Por isso falarei sobre sorrisos. É isso: em vez de falar do meu pensamento, escreverei sobre aquilo que ele me proporciona: sorrir.
Sempre tive a mania de sorrir, quando viajo nos meus pensamentos. Não sorrio por tudo, mas quando o faço é porque algo foi mais forte que eu. Sempre adorei sorrir, por tudo e por nada, quando o tudo está envolto em muitos nadas, e quando estes nadas completam um tudo. Daqueles “nadas” lembras-te? Daqueles que fazem um tudo. Sorrir é um destes pequenos nadas, que adoro que me proporcionem e que adoro proporcionar. Por uma simples palavra, um simples gesto, um sorriso do outro, um olhar que te envergonha e que faz sorrir, um toque que te arrepia, que te mexe por dentro, no qual um sorriso discreto revela essa sensação. A vida é tão mais bela quando sorris. Adoro “perder-me” em conversas sem fim, em diálogos interessantes, em frases emotivas, em palavras apaixonantes… Adoro “perder-me” nisso, porque sei que no fim do caminho existirá certamente um sorriso a sair dos meus lábios, onde me vou “encontrar”. Esse tal sorriso, que demonstra “olha, sabes uma coisa? Estou a adorar estar aqui a conversar contigo”. Sorrisos, são tão reveladores de tudo. Adoro sorrisos. Adoro receber um sorriso que me renda, que me enfeitice, que me deixe meio sem jeito, que me envergonhe e que faça sentir pequenino naquele momento, apenas a observar a beleza de um rosto alegre.
Por isso, adoro os teus sorrisos. Esses mesmos, que se passeiam aí pelos teus lábios. Que se formam, por tudo e por nada. Adorava captar, esse sorriso. Captar só a essência dele. Fotografá-lo e mostrar-to: “Vês como é bom sorrir? Sorri, pois o teu sorriso tem poder, rendo-me perante ele.” Eles são a tua melhor maquiagem. São o arco-íris do teu rosto, bonito e elegante.
Adoro sorrisos encantadores, de verdadeira naturalidade, quer sejam trémulos, ou ardentes, que sejam doces, ou intensos, ou envergonhados, que seduzam, que conquistem, que sejam devoradores, sensuais, que enfeiticem… Adoro sorrisos e adoro que me façam ter todos estes sorrisos, por isso pergunto-te: continuas a fazer-me sorrir assim? Quero sorrir sem motivo nenhum e por todos eles. Sorrir de forma inocente e inconsciente, cúmplice e envergonhada. Revelador da boa sensação que é ter-te como companhia.
Adoro sorrir para ti e ver-te a sorrir para mim. Por isso pergunto-te: fazes-me sorrir sempre? Assim? Prometo-te que to devolvo, num lindo arco-íris que se formará nesse lindo rosto e te fará brilhar esse lindo olhar.

As histórias fazem parte de nós

As histórias fazem parte da nossas vidas. Da minha. Da tua. De todos. As vivências, são quem nos mexem com as emoções. Essas que por vezes tendemos a pensar por adormecidas. Elas surgem à nossa frente e por mais que não queiramos envolvem-nos nelas, obrigando-nos, muitas vezes, a ser personagens principais em argumentos, onde nunca imaginámos estar. Esta história foi assim. Um enredo cheio de argumentos que ainda escrevo no meu pensamento. Um enredo que envolveu vergonha e atração, e me proporcionou um início de coisas boas e me fez olhar para ti de uma forma diferente: mais cativante, mais feroz, mais quente. Oiço as histórias que encontro, por aí, e lembro-me sempre da nossa. Não esperava que aparecesses. Não estava a espera de te encontrar. Perdida por aí, nesses caminhos de uma vida que nunca nos cruzou. Essa vida, a que normalmente se dá o nome de existência, nada faria querer que de um momento para o outro, naquele mesmo cruzamento, as nossas vidas tivessem feito “stop” uma à outra e nos tivessem feito parar e olhar para cada uma delas: a tua intensa, a minha despreocupada. A tua variável, a minha rotineira. A tua vivida. A minha alegre. Mas… O que é certo é que apareces-te. Assim do nada. Sorrio na indefinição desse nada, que se tornou num súbdito interesse! Há nadas, que no fundo são a existência de um tudo. Algo inconsciente. Atraíste-me. Fisicamente achei-te linda. Não te descrevo, pois será meramente redutor! Não sei descrever coisas belas, pois o belo e indefinível. É belo porque é belo. Tal qual, como 1+1 são dois. Não se explica, apenas se constata. Vieste com o teu sorriso doce, com o teu coração aberto e com a urgência nos minutos. Puxaste-me para ti. Sorrias e eu fazia o mesmo. Intensos, os teus olhos. Envolveste-me na tua beleza. Eu que adoro coisas elegantes, não sabia como reagir à tua. Diálogos ali e acolá, interessantes. E outros banais. Sendo que até esta banalidade despertava um certo interesse. Que surreal isto. Não sei, mas estou-me a contradizer já reparaste? como é que a banalidade pode ser interessante? Contigo estava a ser… Porra detesto banalidades sabes? Mas aquelas que apareciam tornavam-se interessantes! Era tudo algo diferente! No nosso plano, aquele da vida, a que damos o nome de existência, os momentos foram breves: mas foram breves momentos prolongados. Momentos esses que terminam quando os corpos se ausentam um do outro, mas continuados pelo bater do coração. Sentia que conversávamos com os olhos. E com as mãos… e com os lábios. E com tudo! Foram conversas com os olhos. Foram conversas soltas. Foram toques indiscretos, só para ver o quão suave era a tua pele. Mas… quando tinha já um nó na garganta, foste embora. Sinto que te perdi para sempre. Perdi o teu contacto e a tuas palavras, o teu olhar cravado no meu. Perdi os passeios por ali, os sorrisos no por-do-sol, os sonhos que íamos contando. Perdi-te porque fui parvo. Não esperei pelo tempo, nem pela razão. Este querer, queimou-me a boca… Foste o fogo, que nunca soube dominar.

Gosto do tudo e do nada

Gosto. Gosto porque sim. Gosto porque não. Gosto tão simplesmente porque gosto. Nada é tão
simples como o gosto do teu abraço. Sim é só um exemplo. Esse abraço que se entranha no meu
corpo. Me agarra e me faz palpitar o coração. Esse abraço que me permite o teu toque. Gosto do
teu toque. Gosto da necessidade de te querer tocar. Gosto do som que a nossa pele faz quando se
esbarra uma na outra. Gosto do teu cheiro. Do cheiro dos teus longos cabelos. Gosto quando me
olhas e me pedes tudo com o teu olhar. Gosto disto, daquilo, gosto daquele nada, daquele tudo.
Gosto do teu eu, o nosso nós, o meu eu quando pensa no teu. Gosto das nossas tardes, das nossas
noites, das nossas manhãs. Aquelas onde penso em te acordar com um beijo dorminhoco. Aquelas
onde penso ver-te dormir, querendo acordar-te com uma caricia. Aquelas que se proporcionam
por noites passadas, vividas, intensas, que nos mergulham em silêncio e em olhares cúmplices…
para um sonho. Gosto dessas manhãs, quando sei que terei o teu bom dia ali mesmo. Quando a
primeira certeza que terei é de saber que estás presente. Mesmo quando não estás, nessas semanas
pachorrentas, que custam a passar, tamanha é a saúde do meu gosto por ti.
Gosto do meu gosto de gostar de ti. Um gosto que me faz precisar e apetecer de ti. De ti como um
todo. Um corpo, uma voz, um olhar, uma pele, um dialogo, uma companhia, uma amiga, uma…
tudo. Gosto de quando apenas um minuto chega para matar as saudades da tua voz. Gosto de
gostar da tua companhia pelas manhãs que se proporcionam pelas noites. Gosto de gostar da tua
companhia pelas tardes que acontecem por essas manhãs. Gosto de ti pelos fins do dia, que essas
noites, manhãs e tardes ofereceram. Gosto de gostar de ouvir quando me contas o que é teu. Gosto
daqueles momentos calados, profundamente silenciosos e ensurdecedores, provocados por
olhares ternos e de desejo. Gosto quando adormeces e a última coisa que penso é “Gosto de ti
quando estás. Gosto de ti quando não estás.
Gosto de ti, por tudo e por nada.”

Lembro-me

Lembro-me da primeira vez que te vi. Andávamos os dois por aí. Descomprometidos com a vida. Desagarrados de tudo. Não tínhamos sequer disponibilidade para gostar de alguém neste momento. Andamos despreocupados com o sexo oposto. Quando tivesse de acontecer, acontecia. Era assim. Tudo parecia tão simples. Adoramos conhecer pessoas novas. Umas mais interessantes que outras. Umas mais bonitas que outras. Outras com particularidades. Outras com defeitos. Umas com virtudes, outras com características que não gostamos. A vida é assim… traz-nos de tudo! Mas… lembro-me perfeitamente do dia em que te conheci! Que quererá dizer isto? Faço-me de parvo e nego talvez, aquilo que me despertas-te no primeiro olhar… Beleza e meiguice! Exato é isso… Se pedisses que te definisse naquele momento, dir-te-ia essas duas palavras.
Chamaste-me a atenção. Tudo era tão simples. Ficou tudo meio complicado. Não te nego, sou franco, a primeira coisa que surge é o interesse, a vontade de saber quem é aquela pessoa. Queria perceber e desvendar o que de repente surgiu em mim… Estava a ser tão esquisito. Continua a sê-lo.
Recordo a nossa primeira conversa. A minha primeira abordagem. Bem chamar-lhe abordagem por ventura não é a melhor palavra. Foi algo inocente. Algo despreocupado. Nada com interesse a não ser aquele. Contudo sou sincero, sairia a correr caso pudesse saber o que aconteceria depois. Sou um romântico incurável, gosto de gostar de alguém, não por necessidade, mas pela beleza do sentimento. Gosto de gostar de alguém, de ter interesse por alguém. Alguém assim como tu. Tal e qual. Tão bonito sentir-se assim uma atração física por alguém. Tão bonito alguém nos despertar interesse, em mil e uma horas de diálogo, de risos, de gargalhadas, de histórias do passado, do presente, e de projetos para o futuro. Tão bonito, sentir que alguém nos desperta, o instinto de querer dar um carinho bom, de lhe sorrir com o olhar, de lhe acariciar a face, de estar ali, apenas ali, horas e horas. Faz-nos sentir vivos. Faz-me sentir vivo.
Contudo, não gosto de me entregar assim. Ganhei os meus próprios mecanismos de defesa. As histórias passadas, fazem-nos ser assim. Não nos moldam, mas deixam-nos mais a alerta. Mas, se me entrego, faço-o de corpo e alma. Com o corpo, que se entrega aos prazeres do outro, que se deseja, do qual sente prazer, e com a alma que ama a aquela que reside na tua pessoa. Sou assim quando gosto, gosto com tudo. Não há meio-termo.
Costumo dizer, que caso já soubéssemos o que nos acontecia, a vida não tinha graça. Por vezes, é no meio do nada, no meio de duas ou três coincidências, que as coisas mais naturais vão acontecendo. E é com essas “coisas naturais” que os mecanismos de defesa, se vão derrotando. Por vezes, são nas mais inesperadas surpresas, que surgem as mais bonitas relações interpessoais. Quaisquer que elas sejam. Amizade, namoro, casamento. Qualquer uma destas. Aconteceram algumas entre nós. Essas surpresas, toques, olhares, sorrisos, diálogos. Que nos fazem palmilhar caminhos, com pequeninos passos.
São com os passos mal calculados nesse caminho e principalmente com aqueles que são bem firmes, que os alicerces se vão criando. Tudo se constrói aos pouquinhos. Desde o momento que te conheci, sinto que já dei passos mal calculados, mas sinto igualmente que alguns foram firmes. Sinto que existe cumplicidade, mesmo com a distância que nos separa. Com tudo que nos separa. Sou-te sincero, sinto algo bom. Não sei o que é, mas quero muito perceber o que poderá ser. Por tudo e também por aqueles nadas inexplicáveis, quero que te mantenhas na minha vida, de qualquer forma, da forma que o tempo definir.
Lembro-me da primeira vez que te vi, mas seria impossível dizer quantas vezes mais me perdi a olhar para ti depois disso. Ainda assim, lembro-me de tudo o que já senti e aquilo que gostava de definir neste momento. E então sabes o que acontece? Apanho-me sozinho, aqui, a imaginar como será a próxima vez que nos virmos, relembrando a anterior. Imagino a próxima vez, com a certeza que serei invadido por uma imagem do teu sorriso. Tão natural. Que te molda a face, num lindo rosto. Lembro-me desse sorriso que me fará companhia de todos as vezes que eu fechar os olhos, perguntando-me se estarás nesse momento também a pensar em mim… Por neste momento, todas estas palavras estão a pensar em ti.